Você sabe o que é Comunicação Não Violenta? A CNV, como vem se popularizando no Brasil, toca em um ponto muito importante da vida: as relações interpessoais, e propõe formas de manter a harmonia dessas relações.
Trata-se de um conceito desenvolvido pelo psicólogo norte americano Marshall Rosenberg nos anos 60, que envolve empatia e compaixão. A partir desses sentimentos, os praticantes da CNV desenvolvem técnicas para lidar com diversas situações do dia a dia sem perder a paciência.
O resultado é benéfico para todos os envolvidos e seu impacto pode ser bastante positivo também no trabalho. Entenda mais sobre esse conceito e como ele pode trazer benefícios para a sua equipe.
O que é comunicação não violenta – CNV
Marshall Rosenberg explicava que a Comunicação Não Violenta assume que todos compartilham necessidades humanas básicas, e que cada uma das nossas ações é uma estratégia para atender a uma ou mais dessas necessidades.
Portanto, a CNV parte do pressuposto que existe uma necessidade por trás do que expressamos, mesmo que esteja mascarada por uma reação violenta, como gritos, ofensas, julgamentos, batidas de porta, murros na mesa. Assim, para praticar a CNV é preciso aceitar e entender a motivação de alguém para agir de determinada forma.
Em suma, a CNV se concentra não apenas no conteúdo da mensagem, mas na forma como ela é transmitida. Uma das suas bases é aceitar a própria vulnerabilidade e expressá-la na resolução de conflitos.
Importância da comunicação não violenta
O relacionamento entre colegas de trabalho tem muita influência no funcionamento da empresa. Se o clima é ruim, se há fofocas, rivalidades, competições nocivas, isso afeta não só os colaboradores, mas o negócio como um todo. Tem empresa que fecha as portas pela falta de entendimento na equipe.
Por isso, a boa comunicação é fundamental para manter a empresa nos trilhos. Em harmonia, as pessoas trabalham de forma colaborativa, com produtividade, engajamento e crescem juntos.
Saber dialogar com respeito, buscando o entendimento de ideias divergentes é uma grande qualidade, apreciada no mundo corporativo. Geralmente, pessoas que sabem interagir com todas costumam ocupar cargos de liderança. E, para um líder, manter a equipe unida e motivada é imprescindível.
4 passos para trabalhar a CNV na sua equipe
Pode parecer fácil aplicar a CNV, mas não é. Embora a empatia faça parte da natureza humana, o estresse do dia a dia, a pressão do trabalho, da casa, da família e outras questões que vão além das questões individuais, como contexto político e socioeconômico exercem muita influência sobre a forma como nos expressamos, como recebemos a mensagem e como a devolvemos.
Portanto, a CNV precisa ser desenvolvida, trabalhada. E como fazemos isso dentro da empresa? Praticando e estimulando a equipe a seguir esses quatro passos iniciais:
1. OBSERVAR SEM JULGAR
Esse é o primeiro passo para começar a trilhar o caminho da Comunicação não Violenta. É preciso observar os fatos sem julgar ou criticar. Evite generalizar situações e comportamentos com as palavras “sempre”, “nunca”, “jamais”. Em lugar de “Você sempre chega atrasado”, diga: “notei que você tem se atrasado nos últimos dias”. Na sequência dessa frase, você poderia perguntar se está acontecendo algo que esteja provocando o atraso e como você pode ajudar a resolver.
2. NOMEAR OS SENTIMENTOS
Parece mágica, mas o simples ato de dar nomes aos sentimentos faz com que consigamos perceber melhor as nossas reações. Expresse com honestidade os seus sentimentos. Ao invés de xingar o outro com palavras duras, diga como está se sentindo com relação ao fato, isso ajuda a criar empatia. Por exemplo: “Quando você chega atrasado, fico inseguro, pois não sei se posso contar com você”. Perceba que a responsabilidade pelo sentimento é sua e não do outro.
3. IDENTIFICAR E EXPRESSAR NECESSIDADES
Nem sempre conseguimos perceber o que motiva as nossas atitudes. Esse é um importante exercício: identificar quais necessidades estão conectadas aos nossos sentimentos. Cabe também tentar se colocar no lugar do outro e entender por que ele age de determinada forma. Por exemplo: “Quando você grita, me deixa nervoso. Gostaria que você me respeitasse”.
4. FORMULAR PEDIDOS CLAROS E VIÁVEIS
Seja claro no pedido, não fique na expectativa de que o outro entenda sozinho o que você quer. Além disso, seja positivo na linguagem. Ao invés de dizer “Não quero que se atrase mais”, diga “Gostaria que você chegasse mais cedo”; ao invés de “Não grite comigo”, diga “Gostaria que falasse mais baixo”. E é muito importante que ambos saiam da conversa com o mesmo entendimento, então pergunte o que o outro entendeu sobre o que você falou.
Impactos e benefícios que a CNV pode gerar em seus colaboradores
Resumidamente, a prática da CNV exige uma inversão de papéis, se colocar no lugar do outro. Havia um programa na TV americana no qual os donos de grandes corporações passavam um dia como um funcionário comum, se misturavam em meio aos operários da fábrica e sentiam na pele o que era o trabalho na base da cadeia produtiva. Todos saiam da experiência transformados e melhores líderes, pois conseguiam entender melhor as necessidades da sua equipe.
Quando uma empresa começa a implantar técnicas de CNV, seja nas relações dos líderes com seus colaboradores ou em treinamentos envolvendo toda a equipe, os resultados são percebidos rapidamente. Percebe-se isso na redução de conflitos, no aumento da produtividade e na melhoria dos processos como um todo.
Em contrapartida, o clima da equipe melhora, as pessoas trabalham mais motivadas e se sentem valorizadas, porque sabem que ali têm pessoas que as compreendem. E, por incrível que pareça, o cliente também percebe essa mudança.
Como você viu, a Comunicação Não Violenta é mais do que um conceito, é um conjunto de práticas que podem ser exercitadas no dia a dia em todas as relações interpessoais. E quando aplicada na empresa, o trabalho ganha em qualidade.
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Cristiano Franco
Diretor Comercial e Marketing