Todo começo de ano é comum encontrar diversos conteúdos sobre as “principais tendências” para o ciclo que está iniciando. Mas o que são as tendências?
É importante compreender que o estudo de tendências em nada tem a ver com tentar prever o futuro, como muitos acreditam. Na verdade, explorar tendências exige muito estudo, além da habilidade de observar e perceber os possíveis cenários dentro das organizações.
Dito isso, é possível afirmar que é cada vez mais evidente a importância do capital humano para a tomada de decisões estratégicas de um negócio, não apenas para a área de Recursos Humanos, mas toda a liderança precisa estar alinhada sobre a melhor forma de cuidar desse elemento que é a base do sucesso das organizações.
Apesar da rapidez com que as empresas têm sido impactadas por mudanças externas e a evolução das tecnologias de trabalho, uma coisa é constante: as empresas são feitas de e sustentadas por pessoas.
Este artigo apresenta o que consideramos as principais tendências de capital humano para 2023. Vale ressaltar que nem todas as tendências se aplicam a todos os segmentos de mercado, mas esperamos que a compreensão dos 9 pontos a seguir possa contribuir para a sustentabilidade e o sucesso do seu negócio, e de seus colaboradores.
Confira para saber mais!
1- Trabalho híbrido e flexível
O trabalho híbrido é uma realidade estabelecida pela pandemia e que transformou a dinâmica das empresas para com os seus funcionários. Atualmente, cabe às empresas o desafio de encontrar o equilíbrio entre o trabalho a distância e presencial – trabalhar dois ou três dias no escritório e os demais de forma remota ou até mesmo as jornadas alternadas são modelos de trabalho já adotados por diversas empresas.
Pesquisas indicam que mais da metade das pessoas acabam mudando de emprego ou selecionam oportunidades com base na flexibilidade de encaixar a rotina de trabalho com suas outras atividades e interesses.
Do ponto de vista do empregador, a mudança forçada trouxe o entendimento de que já não é mais tão importante o local ou o horário no qual o colaborador trabalha. O que realmente importa é a qualidade e comprometimento com os quais ele desempenha suas atividades.
Os principais pontos positivos do trabalho remoto estão associados, principalmente, ao aumento da qualidade de vida desses trabalhadores, trazido pelo ambiente familiar de seus lares e à economia em deslocamentos (tanto de tempo, quanto financeira). Inclusive, a estrutura física de muitas empresas já não comporta toda a equipe presencial no escritório.
Em contrapartida, é preciso estar alerta ao fato de que o ser humano é, por natureza, um ser social e o modelo de trabalho totalmente remoto, pode causar o distanciamento entre os membros da equipe, isolamento e depressão. Para mitigar essa situação, vale realizar e proporcionar mais atividades e momentos de integração, para que não se perca esse lado mais humanizado das relações de trabalho.
Ademais, é preciso compreender que o trabalho híbrido ou remoto não se aplica a todos os segmentos do mercado – esse cenário abrange principalmente as empresas de prestação de serviços. É por isso que cada empresa irá estabelecer o seu plano e o modelo que melhor atende as necessidades do seu negócio, além do bem-estar dos colaboradores.
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2- Talentos e colaboradores dedicados
Contratar talentos e/ou desenvolvê-los é sempre um desafio. Os ditos talentos são escassos no mercado e, quando os encontramos, eles custam caro. Essa tendência surge como uma solução alternativa: se a sua empresa não pode contar com um talento dedicado para uma determinada função – seja por conta de orçamento, ou pela demanda não justificar tal modelo, que tal contratá-lo por hora?
Cada vez mais a necessidade cria espaço para diferentes tipos de relações de trabalho. Em empresas de estrutura projetizada (como é o caso de muitas empresas de tecnologia, por exemplo), é possível observar pessoas sendo contratadas por hora, ou para atuar num determinado projeto, sem vir a se tornar profissionais dedicados e exclusivos de uma única empresa. Esse movimento indica que num futuro próximo teremos profissionais trabalhando para mais de um empregador.
Vale ressaltar que esse modelo de contratação pode não funcionar tão bem para determinadas funções, como as posições de liderança e estratégicas, uma vez que esses colaboradores são os que devem vestir realmente a camisa e se comprometer com a empresa.
O mais importante nessas relações é que as empresas tenham muito claro qual a competência/habilidade que necessitam daquele determinado talento e, a partir daí, seguir com os combinados de forma que esse profissional possa agregar ao projeto da melhor maneira.
3- Automação da gestão e gestão humanizada
A tecnologia e as ferramentas para gestão de processos e de projetos alinhada com indicadores de performance eliminam a necessidade dos gestores de validar e ajustar muitos dos dados referentes à performance de seus liderados.
Alguns estudos indicam que dentro de dois anos, possivelmente as funções de gestão estarão todas automatizadas. Ou seja, o sistema da empresa será alimentado com dados e irá gerar um painel com todos os indicadores da área, trazendo a autogestão – na qual o colaborador já saberá quais ações tomar em seu dia a dia para melhorar sua performance, com base nos dados exibidos nesse painel.
Com isso, surge a oportunidade de trazer esse líder a desenvolver atividades mais humanizadas com seus liderados, visando principalmente o desenvolvimento de soft skills da equipe, trabalhando seu comportamento e, assim, fazendo do ambiente corporativo algo mais harmônico.
4- Justiça e equidade
O RH das empresas deve estar atento às relações com seus colaboradores, buscando manter a harmonia a ponto de conseguir se antecipar e não ficar à mercê da interpretação pessoal dos colaboradores do que é justo. Um colaborador que se sinta insatisfeito ou injustiçado, pode gerar um clima ruim dentro da equipe, podendo ser danoso à organização.
Como exemplos práticos é possível citar: diferenças de benefícios, acesso ao trabalho híbrido e a distribuição geográfica. Com a possibilidade de contratar colaboradores de qualquer lugar do mundo, surge o desafio de como a empresa pode ser justa e prover os recursos adequados a suprir as diferentes necessidades que esses indivíduos apresentam com relação à rotina, momento de vida e a comunidade em que estão inseridos.
É preciso que haja a compreensão e um foco na experiência do colaborador, o que pode ser feito através de um guia de transparência, tratamento segmentado, reconhecimento das contribuições, mudanças de caminho e plano de carreira.
5- Bem-estar
O conceito de bem-estar nas organizações é mais do que cuidar da saúde e ter acesso a um convênio médico – abrange também aspectos da vida do indivíduo, como o equilíbrio mental e emocional, a saúde física, a saúde financeira e a saúde de seu relacionamento com a comunidade em que está envolvido.
Novas métricas estão ganhando destaque nas empresas e será primordial esse cuidado para além da assiduidade e entregas dos colaboradores. O bem-estar vai além, de maneira que a liderança conheça cada colaborador enquanto indivíduo: como ele vive, quais os seus interesses, como ele se relaciona com a sociedade e sua família.
Demonstrar interesse no bem-estar da equipe como indivíduos será importante para engajar e trazer, através do seu bem-estar, um maior comprometimento com o propósito da empresa.
6- CPO
A sigla, em tradução livre, quer dizer Chefe de Propósito do Escritório. Essa é uma posição que passará a fazer parte do organograma das empresas e poderá ser ocupada por um profissional com boa comunicação, entendimento de valores e que tenha bom relacionamento com os colaboradores.
Será uma função fundamental nas empresas do futuro, os CPOs são aqueles que mantêm as pessoas engajadas, motivadas e fazem com que se sintam compreendidas. Eles atuarão ativamente na interlocução entre o ambiente organizacional e os acionistas.
7- Trabalho remoto e aplicação da DEI
DEI é a sigla que engloba os conceitos de Diversidade, Equidade e Inclusão dentro das empresas. Aprofundando cada um desses aspectos, é possível identificar várias frentes no que diz respeito à diversidade, como a diversidade de gênero, de orientação sexual, de raça, religiosa, ideológica etc. Já a
equidade está relacionada ao senso de justiça, o que é percebido pelo indivíduo como algo dentro de suas expectativas ou que lhe pareça justo em relação ao coletivo. E, por fim, a inclusão traz a reflexão acerca de medidas que possam ser adotadas para trazer para dentro da organização pessoas que não tenham tido a mesma oportunidade do que outros.
Estudos indicam que o modelo de trabalho remoto impõe um desafio a aplicação da DEI. Isso porque a liderança das empresas precisará analisar esses critérios levando em consideração os diferentes perfis das pessoas: gênero, local de residência, faixa etária, momento de vida, se trabalha remoto ou presencial e muitos outros aspectos que formam um indivíduo.
8- People Analytics e dados
Essa é uma tendência que a cada ano se mostra mais e mais relevante. Toda e qualquer organização precisa gerar, colher e analisar dados, para que possa tomar decisões estratégicas de forma concisa e fundamentadas em indicadores reais.
O mesmo vale para a área de recursos humanos, uma vez que é preciso conhecer e compreender cada membro da equipe (de maneira individual e coletiva) ao aplicar treinamentos, tomar decisões com relação à melhor forma de liderar e lidar com esse capital humano. Os dados proporcionam um direcionamento e ainda permitem ao departamento de RH ser mais preditivo na maneira de agir em prol de cada colaborador.
9- O imprevisível
Sempre ao falar sobre tendências, é preciso ter em mente a possibilidade de suceder um fato novo, que não foi previsto ou compreendido até o momento.
Por mais que seja um assunto evitado no ambiente organizacional, a questão da cidadania e a diversidade de posicionamentos político-ideológicos nas empresas é algo que precisa ser mais discutido. É evidente que cada colaborador tem um posicionamento e a liberdade para se expressar de forma individual; a questão proposta aqui é como as organizações irão se posicionar dentro desse cenário, de forma a estabelecer o diálogo saudável e abrir o tema junto aos colaboradores.
Procure sempre se atualizar e capacitar-se para acompanhar as mudanças no mercado de trabalho.
Nós da Inspand, estamos atentos às tendências e direções que o mercado está seguindo para trazer sempre as melhores soluções tecnológicas e desenvolver projetos de educação corporativa que conecte e inspire a sua equipe, para que seu negócio cresça de maneira sustentável e vá cada vez mais além! Nosso canal Inspandcast no youtube e também no Spotfy.