Lançado em Abril de 2020, o Clube House já consome mais tempo dos usuários que o Facebook. Chegou com um empurrão de Elon Musk, que apareceu na rede para uma entrevista, em janeiro deste ano.
Não tem Iphone? Então você ainda é um excluído digital do club house. Nove de cada dez aparelhos de celular utilizam o Android no Brasil, ou seja, não são Iphones. Além disso, você precisa ser convidado a participar do “club”, é como se um amigo tornasse seu responsável.
Por natureza sou curioso. Busco observar o novo, o diferente e foi assim que ouvi falar de um app de áudio chamado “Club House”, isso porque ninguém menos que o CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, concedeu uma entrevista na rede.
Recebi um convite no dia 3 de fevereiro e no dia 8 do mesmo mês, “fui aceito” para fazer parte da nova rede social. Sem mais, faz 30 dias desde que comecei ouvir os movimentos do Club House.
O negócio foi criado em San Francisco, há cerca de um ano, por 4 pessoas, entre empreendedores, programadores e ex-alunos da Stanford.
O uso exclusivo foi determinado para o IOS da Apple. Mas por quê? Trata-se de questão de estratégia, planejamento, agilidade ou escassez? O fato é que isto permanece assim até hoje.
Em um momento no qual discutimos o papel das redes sociais, a privacidade e a proteção de dados pessoais, bem como buscamos entender sobre a ética no ambiente digital das grandes empresas, o Club House surge para ocupar o vácuo existente entre pessoas e as redes.
Chama a atenção hoje o sucesso de uma rede de áudio que possibilita apenas conversas ao vivo, ou seja, tais conversas não podem ser transmitidas ou gravadas: o que se fala na sala fica na sala. Isto faz com que as pessoas sintam-se pessoas e, portanto, mais à vontade para se expressarem, compartilharem e interagirem.
Outro ponto que chama a atenção é o acesso ao conhecimento possibilitado. Quando se imaginaria que se poderia ouvir, compartilhar, contribuir com temáticas e experiências tão diversas e rapidamente, sobretudo com aqueles que nos inspiram.
Arrisco comparar o serviço com a “versão analógica” de comunicação, anos 80 e 90, de um serviço chamado “Disque Amizade 145”. Neste caso, você ligava para um número para ouvir pessoas e conversar sobre qualquer coisa.
É impressionante a rapidez que o Club House se espalha e ganha seguidores. Isto é a tecnologia alinhada e misturada com arquitetura do software, neurociência, teoria da escassez, UX.
Sobre os influencers…
Acredito que a partir de agora teremos uma nova geração de influencer com perfil de comunicação, bom timbre de voz e clareza ao se comunicar em tempo real.
Os influencers de hoje também irão se beneficiar ao conquistar novos seguidores e acompanhar com mais proximidade o seu público.
Afinal, o CH tem como uma de suas características e vantagens principais a rapidez para criar novas conexões, com potencial de se expandirem de forma exponencial. Na prática isso se traduz na possibilidade de conquistar milhares de novos seguidores em questão de semanas.
O que mais esperar do Club House?
Logo teremos a versão para Android. Também teremos novos hábitos e especialistas. “Já temos” as empresas que ainda seguem observando e certamente vão encontrar formas de monetizar suas marcas na nova rede. Além disso, há de se esperar como os concorrentes reagirão (TIC TOK, Instagram, Facebook, Twitter, Whatsapp, Google).
No geral, o Club House têm proporcionado uma nova experiência de relacionamento, uma mistura de podcasts e conferências de áudio. E aí, o que você espera do CH?
Dorian Lacerda Guimarães
Fundador e CEO da ISAT